quarta-feira, 2 de junho de 2010

BULLYING E SUAS CONSEQÜÊNCIAS

Devido à enorme pressão a que o bullying sujeita o indivíduo, este torna-se frágil. Uma vez fragilizada, a vítima apresenta dificuldades de comunicação com os outros, o que influencia negativamente a sua capacidade de desenvolvimento em termos sociais, profissionais e emocionais/afetivos (Ventura, 2006). A incompreensão é algo que as vítimas sentem habitualmente por parte dos outros.

As consequências do bullying para a vítima são muitas e destacamos as seguintes:

1.baixa auto-estima,

2.medo,

3.angústia,

4.pesadelos,

5.falta de vontade de ir à escola e rejeição da mesma,

6.ansiedade, dificuldades de relacionamento interpessoal,

7.dificuldade de concentração, diminuição do rendimento escolar,

8.dores de cabeça, dores de estômago e dores não-especificadas,

9.mudanças de humor súbitas,

10.vômitos,

11.urinar na cama,

12.falta de apetite ou apetite voraz,

13.choro,

14.insônias,

15.medo do escuro,

16.ataques de pânico sem motivo,

17.sensação de aperto no coração,

18.aumento do pedido de dinheiro aos pais e familiares,

19.furto de objetos em casa, surgimento de material escolar e pessoal danificado,

20.desaparecimento de material escolar,

21.abuso de álcool ,

22.automutilação,

23.stress,

24.suicídio.


Ponto em comum em todos os casos: ocorre tudo sem motivo aparente (Ventura, 2006; Wikipédia, 2007).

Com o passar do tempo, as vítimas de bullying tanto podem recuperar destes traumas sofridos durante o período escolar, como podem desenvolvê-los mais e mais, até entrarem num ponto irreversível, como é o caso do desespero levado ao extremo culminar em suicídio (Abrapia, 2006). A superação, ou não, destes traumas passa pelo tipo de família da vítima, assim como pelo meio onde vive, pelas suas relações sociais e pela sua própria personalidade (Abrapia, 2006).

Na vida adulta, as vítimas de bullying também manifestam consequências deste período, como sentimentos negativos, seriedade, problemas de relacionamento e até mesmo agressividade. A prática de bullying no trabalho é também umas das consequências que a vítima de violência escolar pode vir a apresentar (Abrapia, 2006).

Os agressores, longe de não se verem afetados pelas consequências dos seus atos, desenvolvem, ao longo dos anos, várias tendências, que podemos caracterizar como comportamentos de risco. De entre os comportamentos de risco identificados, destacamos os seguintes (Gaspar, 2006; McCarthy, Sheehan, Wilkie e Wilkie, 1996:54):

1.consumo de álcool e de drogas; fraco envolvimento escolar e familiar;

2.absentismo e/ou abandono escolar;

3.comportamentos que coloquem a sua integridade física em risco e a dos outros, como são o caso da condução com excesso de velocidade ou manobras consideradas perigosas e atividades desportivas de risco;

4.suicídio .

Além destas consequências, os agressores tendem, igualmente, a desenvolver comportamentos anti-sociais e a praticar violência doméstica, ou mesmo bullying no trabalho (Abrapia, 2006). Os riscos destes jovens de converterem-se em criminosos é alto (Abrapia, 2006; McCarthy, Sheehan, Wilkie e Wilkie, 1996:54).

As principais consequências do bullying no meio escolar são:

1.ansiedade e medo; níveis elevados de evasão escolar;

2.alta rotatividade do quadro de pessoal; desrespeito aos professores (e agressões);

3.grande número de faltas por motivos menores;

4.porte de arma por parte dos alunos visando proteção pessoal;

5.ações judiciais contra a escola ou outro responsável (professor, auxiliar de ação educativa, entre outros), assim como contra a família do agressor (Abrapia, 2006).

Como se pode constatar, as consequências deste fenômeno no meio escolar não afetam somente os alunos, mas todas as entidades presentes nestes locais, desde os professores até aos encarregados de educação, passando pelos auxiliares de ação educativa e afins (Abrapia, 2006).
Mas as consequências do bullying não se ficam por aqui, tendo-se registado casos de tiroteios em escolas, como os que aconteceram no Brasil e nos Estados-Unidos.