segunda-feira, 31 de maio de 2010

A IMPORTÂNCIA DA VIDA AFETIVA

São os nossos afetos que dão um colorido especial a conduta de cada um de nos e a nossas vidas. Eles se expressam nos desejos, sonhos, fantasias, expectativas, nas palavras, nos gestos, nos que fazemos e no que pensamos, é o que nos faz viver. Os afetos podem ser duradouros ou passageiros.

Por que os psicólogos precisam falar da afetividade?

Porque ela é a parte integrante de nossa subjetividade. Nossas excreções não podem ser compreendidas, se não considerarmos os afetos que as acompanham. E, mesmo os pensamentos e as fantasias aquilo que fica contido em nos, só tem sentido se sabemos o afeto que as acompanham.

O psicólogo em seu trabalho, não pode deixar de lado esse aspecto constitutivo da subjetividade, a vida afetiva e estudar apenas a vida cognitiva e racional do indivíduos. Por isso que os afetos são importante para os psicólogos.

O estudo da vida afetiva

O estudo da razão no interesse dos homens, principalmente na ciência, pois os afetos tem sido vistos como deformadores do conhecimento objetivo. Mesmo na psicologia não são todas as teorias que consideram a importância da vida afetiva, tendo, muitas delas, priorizado apenas o estudo da cognição, das funções intelectuais.

Consideramos estudar apenas alguns aspectos do homem é considerá-lo como um ser fragmentado, correndo-se o risco de deixar de analisar aspectos importantes.A vida afetiva, ou os afetos, abarca muitos estados pertencentes a gama do prazer e desprazer, como por exemplo, a angustia em seus diferentes aspectos, a dor, o luto, a despersonalização, os afetos que sustentam o temor de aniquilamento e afaniase, isto é o desaparecimento do desejo sexual.

Ao procuráramos entender a vida afetiva, ou afetos é importante adotarmos a terminologia adequada por tratar-se de uma área repleta de nuances. Na fida afetiva temos dois termos usados: a emoção, estado agudo e transitório exemplo a ira e o sentimento, estado mais atenuado e durável exemplo a gratidão e a lealdade.

Os afetos

Os afetos podem ser produzidos fora do individuo, isto é, a partir de um estimulo externo do meio físico ou social ao qual se atribui um significado com tonalidade afetiva agradável ou desagradável. O prazer e a dor são as matrizes psíquica são as matrizes psíquicas dos afetos ou constituem em afetos originais.

Entre eles existem os dois afetos que constituem a vida afetivas: o amor e o ódio, que estão sempre presentes na vida psíquica que são associados a fantasias, sonhos que se expressam de diferentes modos. Os afetos nos ajudam a avaliar as situações, servem de critério de valores positivos e negativos para a situações de nossas vidas e que também preparam as nossas ações participando ativamente das percepções que temos para planejamento de nossas reações.

Os afetos também tem outras características, eles estão ligados a contraciencia o que nos permite dizer ao outro o que sentimos, expressando, através da linguagem,de nossas emoções.

As emoções

As emoções são expressões afetivas acompanhadas de reações intensas e breves do organismo, em resposta a um acontecimento inesperado ou as vezes a um acontecimento muito aguardado . Nas emoções é possível observar uma relação entre os afetos e a organização corporal, ou seja as reações orgânicas,as modificações que ocorrem no organismo como um distúrbio gastrointestinais, cardiorepiratorios, sudorese, tremor.

As emoções são muitas: surpresa, raiva,nojo,medo, vergonha, tristeza, desprezo, alegria, paixão, atração física são muito mais difusas, ora mais conscientes. As emoções por estarem ligadas diretamente a vida afetiva, aos afetos básicos de amor e ódio, estão ligados também sexualidade.

Os sentimentos

Os sentimentos diferem das emoções por serem mais duradouros, menos explosivos e por não virem acompanhados de reações orgânicas intensas.assim consideramos a paixão uma emoção os enamora mento, ternura, amizade, consideramos sentimentos isto é consideração do mesmo afeto básico, amor.

As emoções e os sentimentos são como alimentos de nossos psiquismo e estão presentes a todas manifestações de nossas vidas. Precisamos deles por que dão cor e sabor a nossas vidas e nos ajudam em nossas decisões.





PSICOPATIA


A Psicopatia, também conhecida como Sociopatia, tem sido associada ao protótipo do assassino em série, porém, nem todos os assassinos são psicopatas e nem todos os psicopatas chegam a ser assassino, ou mesmo fisicamente violentos!

Importa desmistificar esta idéia, porque podemos lidar diariamente com um psicopata, sem termos a noção de que aquela pessoa está realmente doente e que afinal, todas as intrigas, confusões, desacatos, mentiras e mal-estar causados pelo mesmo, não são apenas fruto de “mau feitio”. Há pessoas que só se apercebem que têm lidado de perto com um psicopata, momentos antes de uma fatalidade acontecer, nomeadamente o seu homicídio.

Embora esta doença seja mais comum nos homens, também é possível encontrar mulheres sociopatas.

Os primeiros sinais começam a tornar-se mais evidentes a partir dos 15 anos de idade, embora se possam reconhecer algumas atitudes que apontem neste sentido em idade mais tenra. Eis então os sintomas principais que um psicopata apresenta:

- Ausência de Culpa: Nunca sente arrependimento, nem remorsos. Os outros são os culpados de tudo o que acontece de mal e vive com a certeza absoluta que nunca erra, nem errou. Não teme a punição por ter a certeza que tudo o que faz tem um propósito benéfico, (para ele, claro!), embora tenha a noção de que os seus atos são anti-sociais.

Quando é denunciado, recusa a reabilitação ou qualquer tratamento e na impossibilidade de fugir, simula uma mudança de caráter, para mais tarde voltar aos padrões comportamentais que lhe são característicos e até, vingar-se de quem o tentou ajudar!

- Mestres da Mentira: Para eles a realidade e a ilusão fundem-se num só conceito pelo qual regem o seu mundo. São capazes de contar uma mentira como se descrevessem detalhadamente uma situação real. Não mentem apenas para fugirem de uma situação constrangedora, mas pura e simplesmente porque não sabem viver sem mentir.

- Manipulação e Egoísmo: Não tem a noção de bem comum. Desde que ele esteja bem, o resto do mundo não lhe interessa. O psicopata é um indivíduo extremamente manipulador que usa o seu encanto para atingir os seus objetivos, nunca pensando nas emoções alheias. Não reconhece a dor que nos provoca e por isso, usa as pessoas como peões, objetos que pode pôr e dispor conforme lhe convêm. Manifesta facilidade em lidar com as palavras e convencer as pessoas mais vulneráveis a entrarem no “jogo” dele.

Querem controlar todos os relacionamentos, impedindo que familiares e amigos confraternizem paralelamente, sem a sua presença. Para tal recorrem à esquemas, intrigas e claro, ao seu charme para se fingir amigo.

- Inteligência: O QI costuma ser acima da média. Há casos de psicopatas que conseguem passar por médicos, advogados, professores, etc, sem nunca terem freqüentado uma universidade! São peritos no disfarce, excelentes autodidatas e o fazem com perfeição.

- Ausência de Afeto: Não são pessoas afetuosas com o próximo e enquanto pais, não são do gênero de “dar colo” aos filhos. Usam os filhos como “marionetes”, em função dos seus próprios interesses, não respeitando as suas escolhas, quer a nível pessoal, quer profissional! Baseia os seus “métodos educativos” na humilhação e chega a ser totalmente negligente para com os seus.

- Impulsivo: Devido ao déficit do superego, não consegue conter os seus impulsos, podendo cometer toda a espécie de crimes, friamente e sem noção de culpa. Costuma enganar até no teste do polígrafo, porque o seu ritmo cardíaco não se altera quando profere mentiras e nem quando comete crimes.

- Isolamento: Gostam de viver só e quando vivem com outros, querem liderar o grupo, mesmo que para isso destrua uma família inteira.

Há cura para a psicopatia?

Não há cura para o psicopata, a psicopatia é uma doença. Ela pode ser controla, mas é um mal que afeta áreas do cérebro responsáveis pela identificação da "moral.

Todo o comportamento do indivíduo emerge da atividade moral. Os valores morais, os sentimentos morais e o cérebro estão integrados. Nos psicopatas, há distúrbios morfológicos do cérebro moral, como diferenças de volume e densidade. Pode ser genético ou por uma lesão, mas não há como recuperar essas áreas.

A personalidade anti-social e a psicopatia têm grande relação. O psicopata está em um subgrupo daqueles que têm personalidade anti-social. São indivíduos desprovidos de sensibilidade moral, mas com capacidade de discernir o certo do errado. Estima-se que 3% da população sofra da doença."

Como ter certeza que uma pessoa sofre de psicopatia?

Para diagnosticar a psicopatia é usado um questionário com 20 perguntas criado nos anos 80 pelo canadense Robert Hare. O teste é usado pelo FBI (a polícia federal americana) para identificar o serial killer.

"Deve-se aplicar o teste em criminosos conhecidos. O diagnóstico que pode auxiliar o juiz na hora de conceder benefícios de progressão de pena.

Psicopatia Infantil – É possível uma criança ser psicopata?

Uma criança não pode ser considerada psicopata com base no critério do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais – Quarta Edição), que deixa claro que o diagnóstico de Transtorno da Personalidade Anti-Social só pode ser aplicado em indivíduos de no mínimo dezoito anos. Antes deste período, de acordo com certos comportamentos anti-sociais, a criança pode ser diagnosticada com Transtorno de Conduta. O cuidado do no uso do termo “psicopata” para crianças e adolescentes se justifica, tendo em vista o efeito estigmatizante que pode ter sobre o indivíduo. Isto é ainda mais forte em situação de confinamento em longo prazo em instituições totais (Fundação Casa, Manicômios Judiciários e prisões), que pressupõe um quadro comprometido.

O diagnóstico de psicopatia é bastante amplo, e se tal diagnóstico pode ser considerado assim no meio adulto, a confusão torna-se ainda maior quando tratam-se de crianças. Karpman, psiquiatra e psicoperapeuta americano, criticava justamente a atribuição do diagnóstico aos casos em que o psiquiatra falhava em “curá-lo”. Ele afirma que o diagnóstico estava mais na dependência do sucesso ou insucesso do profissional do que no comportamento e atitude do paciente.

Dentre os psicanalistas que estudaram o desenvolvimento infantil, René Spitz ficou famoso por seu trabalho sobre o hospitalismo, a respeito dos possíveis precursores infantis da psicopatia. Ele realizou uma pesquisa com 366 crianças buscando correlacionar seis setores de personalidade com circunstâncias ambientais durante o primeiro ano de vida. Spitz chegou ao que considerou um perfil patognômico com retardamento do desenvolvimento dos itens relações sociais e habilidade manipulativa. Este perfil foi descoberto enquanto ele procurava investigar a hiperatividade motora. A associação feita em hiperatividade e Transtornos de Conduta é tida, hoje, como indicativo de uma alta possibilidade de se desenvolver o Transtorno da Personalidade Anti-Social.

Spitz enfatiza que certos fatores emocionais se fazem presente na etiologia da psicopatia, quando relacionados com certas personalidades maternas específicas, que tornam a identificação possível por seus afetos contraditórios e inconsistentes que mudam muito rapidamente. Se esta for a personalidade da mãe da criança, a criança por sua vez desenvolverá a psicopatia mesmo que o lar não seja desfeito e nem existam longas separações maternas, o que explica a presença de psicopatas em famílias bem situadas economicamente. Outra possibilidade é que o ambiente da criança consista de uma série de figuras substitutas da mãe que se alternam rapidamente, e cujas personalidades variadas e constrastantes sejam para a criança algo imprevisível. Segundo ele, o psicopata possui uma anomalia pela sua incapacidade de formar relações sociais, apresentando também pouca motivação e disciplina para tarefas que demandam esforço contínuo; em segundo lugar, o efeito da personalidade materna em seus aspectos imprevisíveis e contraditórios faz com que o estabelecimento de relações objetos permaneçam retardada em um estágio narcísico, sendo direcionada para um objeto narcísico. Assim sendo, o investimento libidinal objetal e seu desenvolvimento ficariam prejudicados.

Como o diagnóstico de psicopatia é um tanto complexo, aqueles que convivem com uma criança que apresentam certas características devem procurar um auxílio psicológico para trabalhar com o transtorno. Algumas destas características são: mentiras freqüentes, crueldade com colegas e irmãos, baixíssima tolerância à frustração, ausência de culpa ou remorso e falta de constrangimento quando pegos mentindo ou em flagrante. Os pais devem ficar em alerta caso essas características comportamentais ocorram de maneira repetitiva e persistente em crianças e adolescentes. É possível que os filhos apresentem transtorno de conduta e sejam candidatos à psicopatia quando se tornarem adultos.







sexta-feira, 28 de maio de 2010

ANOREXIA



O que é?

Essencialmente é o comportamento persistente que uma pessoa apresenta em manter seu peso corporal abaixo dos níveis esperados para sua estatura, juntamente a uma percepção distorcida quanto ao seu próprio corpo, que leva o paciente a ver-se como "gordo". Apesar das pessoas em volta notarem que o paciente está abaixo do peso, que está magro ou muito magro, o paciente insiste em negar, em emagrecer e perder mais peso. O funcionamento mental de uma forma geral está preservado, exceto quanto a imagem que tem de si mesmo e o comportamento irracional de emagrecimento.

O paciente anorético costuma usar meios pouco usuais para emagrecer. Além da dieta é capaz de submeter-se a exercícios físicos intensos, induzir o vômito, jejuar, tomar diuréticos e usar laxantes.

Aos olhos de quem não conhece o problema é estranho como alguém "normal" pode considerar-se acima do peso estando muito abaixo. Não há explicação para o fenômeno mas deve ser levado muito a sério pois 10% dos casos que requerem internação para tratamento (em hostpital geral) morrem por inanição, suicídio ou desequilíbrio dos componentes sanguíneos.

Como é o paciente com anorexia?

O paciente anorético só se destaca pelo seu baixo peso. Isto significa que no seu próprio ambiente as pessoas não notam que um determinado colega está doente, pelo seu comportamento. Mas se forem juntos ao restaurante ficará evidente que algo está errado. O paciente com anorexia não considera seu comportamento errado, até recusa-se a ir ao especialista ou tomar medicações. Como não se considera doente é capaz de falar desembaraçadamente e convictamente para os amigos, colegas e familiares que deve perder peso apesar de sua magreza. No começo as pessoas podem até achar que é uma brincadeira, mas a contínua perda de peso apesar da insistência dos outros em convencer o paciente do contrário, faz soar o alarme. Aí os parentes se assustam e recorrem ao profissional da saúde mental.

Os pacientes com anorexia podem desenvolver um paladar estranho ou estabelecer rituais para a alimentação. Algumas vezes podem ser flagrados comendo escondidos. Isto não invalida necessariamente o diagnóstico embora seja uma atitude suspeita.

Depois de recuperado o próprio paciente, já com seu peso restabelecido e com a recordação de tudo que se passou não sabe explicar porque insistia em perder peso. Na maioria das vezes prefere não tocar no assunto, mas o fato é que nem ele mesmo concorda com a conduta insistente de emagrecer. Essa constatação no entanto não garante que o episódio não volte a acontecer. Depois de recuperados esses pacientes retornam a sua rotina podendo inclusive ficar acima do peso.

Há dois tipos de pacientes com anorexia. Aqueles que restringem a alimentação e emagrecem e aqueles que têm episódios denominados binge. Nesses episódios os pacientes comem descontroladamente até não agüetarem mais e depois vomitam o que comeram. Às vezes a quantidade ingerida foi tão grande que nem é necessário induzir o próprio vômito: o próprio corpo se encarrega de eliminar o conteúdo gástrico. Há casos raros de pacientes que rompem o estômago de tanto comerem.

Qual o curso dessa patologia?

A idade média em que surge o problema são 17 anos. Encontramos muitos primeiros episódios entre os 14 e os 18 anos. Dificilmente começa depois dos 40 anos. Muitas vezes eventos negativos da vida da pessoa desencadeiam a anorexia, como perda de emprego, mudança de cidade, etc. Não podemos afirmar que os eventos negativos causem a doença, no máximo só podemos dizer que o precipitam. Muitos pacientes têm apenas um único episódio de anorexia na vida, outros apresentam mais do que isso. Não temos por enquanto meios de saber se o problema voltará ou não para cada paciente: sua recidiva é imprevisível. Alguns podem passar anos em anorexia, numa forma que não seja incompatível com a vida mas também sem restabelecer o peso ideal. Mantendo-se inclusive a auto-imagem distorcida. A internação para a reposição de nutrientes é recomendada quando os pacientes atingem um nível crítico de risco para a própria saúde.

Sobre quem a anorexia costuma incidir?

As mulheres são largamente mais acometidas pela anorexia, entre 90 e 95% dos casos são mulheres. A faixa etária mais comum é a dos adultos jovens e adolescentes podendo atingir até a infância, o que é bem menos comum. A anorexia é especialmente mais grave na fase de crescimento porque pode comprometer o ganho esperado para a pessoa, resultando numa estatura menor do que a que seria alcançada caso não houvesse anorexia. Na fase de crescimento há uma necessidade maior de ganho calórico: se isso não é obtido a pessoa cresce menos do que cresceria com a alimentação normal. Caso o episódio dure poucos meses o crescimento pode ser compensado. Sendo muito prolongado impedirá o alcance da altura geneticamente determinada. Na população geral a anorexia atinge aproximadamente 0,5%, mas suspeita-se que nos últimos anos o número de casos de anorexia venha aumentando. Ainda é cedo para se afirmar que isto se deva ao modelo de mulher magra como o mais atraente, divulgado pela mídia, esta hipótese está sendo extensivamente pesquisada. Para se confirmar se a incidência está crescendo são necessários anos de estudo e acompanhamento da incidência, o que significa um procedimento caro e demorado. Só depois de se confirmar que o índice de anorexia está aumentando é que se poderá pesquisar as possíveis causas envolvidas. Até bem pouco tempo acreditava-se que a anorexia acontecia mais nas sociedades industrializadas. Na verdade houve falta de estudos nas sociedades em desenvolvimento. Os primeiros estudos nesse sentido começaram a ser feitos recentemente e constatou-se que a anorexia está presente também nas populações desfavorecidas e isoladas das propagandas do corpo magro.

Tratamento

O tratamento da anorexia continua sendo difícil. Não há medicamentos específicos que restabeleçam a correta percepção da imagem corporal ou desejo de perder peso. Por enquanto as medicações têm sido paliativos. As mais recomendadas são os antidepressivos tricíclicos (possuem como efeito colateral o ganho de peso). Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina têm sido estudados mas devem ser usados com cuidado uma vez que podem contribuir com a redução do apetite. É bom ressaltar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa. O problema é que apesar da fome se recusam a comer. As psicoterapias podem e devem ser usadas, tanto individuais como em grupo ou em família.A indicação dependerá do profissional responsável. Por enquanto não há uma técnica especialmente eficaz. Forçar a alimentação não deve ser feita de forma rotineira. Só quando o nível de desnutrição é ameaçador. Forçar alimentação significa internar o paciente e fornecer alimentos líquidos através de sonda naso-gástrica. Geralmente quando se chega a isso torna-se necessário também conter (amarrar) o paciente no leito para que ele não retire a sonda.


quinta-feira, 27 de maio de 2010

CRIANÇAS MAL EDUCADAS AFASTAM AS PESSOAS

É extremamente desagradável para os pais ou mesmo para quem presencia uma criança se comportando inadequadamente. Agressividade, explosão de raiva e até atitudes perigosas para sua integridade física são reações delicadas, mas que podem ser mudadas.

Gritar e ameaçar não são as melhores saídas para acabar com essa atitude. Segundo a literatura especializada você pode usar um período de "intervalo" ou castigo, no qual colocará essa criança numa situação que não é apreciada por ela, durante um determinado tempo, até que ela comece a mudar sua maneira de agir.

Determine um local, seguro e que não seja ameaçador, para colocá-la sempre que agir de forma inadequada. Pode ser o berço, um canto da casa ou uma cadeira. Ela ficará lá até que tenha parado de se comportar de forma inconveniente.

As crianças tendem a manter um comportamento quando ele é recompensado e a deixá-lo quando é ignorado.

Na medida do possível não dê atenção a ela, quando estiver fazendo coisas desagradáveis, como gritar, espernear, se jogar no chão ou chorar compulsivamente sem motivo. E a parabenize, com gestos de carinho e apreciação, quando ela agir corretamente.

Persistência, paciência e consistência

Alguns pais confundem a cabeça dela, pois não são consistentes em suas ações. Punem e premiam o mesmo comportamento.

Por exemplo: Em um determinado momento a criança sai com os pais e quer que eles comprem um brinquedo. Como estão de bom humor ou não querem que ela fique brava atendem ao pedido dela. Numa outra hora, diante da mesma situação são enérgicos e se recusam. Ela não entende. Por que num momento pode e no outro não?

A consistência das ações dos pais é importantíssima. Ela tem que ter noção do que é certo ou errado.

Sempre que ela apresentar um comportamento inadequado, coloque-a no período de "intervalo" e explique porque ela está sendo colocada lá. Se ela espernear e gritar, no período que estiver nesse local, seja claro que enquanto se comportar assim não sairá.

Chame a sua atenção sempre com calma. Explique que a atitude dela não é aceitável e que deve mudar. Será melhor para todos.

O lugar para pensar

Mesmo que vocês estejam fora de casa, avise-a de que se ela se comportar mal, quando chegarem em casa, ela irá para o local que ela já sabe. Pode ser conhecido como o lugar para pensar. Onde ela ficará sozinha, analisando como se comportou e que não é uma boa escolha, pois sempre que agir assim ficará de castigo. Por outro lado, incentive e elogie quando se comportar corretamente.

Com que idade ela começa a entender?

Tenha em mente que existem alguns comportamentos que são inerentes a faixa etária da criança e que ela ainda não tem a capacidade para entender que está agindo de maneira errada.

A idade ideal para que ela assimile o que é certo ou errado é a partir dos dois anos.
Mas sempre reforce o bom comportamento e desestimule suas atitudes inadequadas.

Falta de atenção dos pais

Freqüentemente, por trás de uma atitude inconveniente está uma criança querendo chamar a atenção dos seus pais, pois se sente sozinha e desvalorizada.  Analise sua relação para com ela. Veja se está dando a devida atenção. Se lhe dá carinho, amor e se escuta quando ela fala com você. Muitas vezes, em locais públicos, presencio uma criança chamando pelos pais, que não a atende. "Mãe, Mãe, Mãe". Até puxa a roupa, para mostrar que está ali, tentando fisicamente atrair a atenção da mãe e a mesma ou está falando com alguém ou olhando para algo.

Ela não compreende por que não é atendida. Se sente desvalorizada. É um ser em desenvolvimento, tentando fazer parte do mundo dos pais, que admira.

Crianças se comportam conforme foram orientadas

As crianças, na grande maioria dos casos são a extensão dos pais. Comportam-se conforme elas foram orientadas. Não é que os pais estejam deliberadamente educando para que sejam mal educadas. Geralmente eles pensam que estão fazendo o melhor possível. Que eles estão dando tudo o que podem.

Se precisar, procure ajuda de um profissional. Ele pode ajudá-lo a lidar melhor com a situação.

Viver em sociedade

Viver em sociedade exige o respeito a códigos de conduta. Quebrá-los implica sofrer sanções. É melhor que ela aprenda essa intrincada relação em casa e quando for adulta será natural para ela. Respeitar outras pessoas e os locais públicos facilita a vida em comunidade. Ela é uma parte dessa engrenagem e tem que se adequar. Quando repreendemos nossos filhos estamos fazendo nossa parte como pais e educadores. Bater não educa.  O diálogo é o melhor caminho.  Com respeito ao indivíduo que eles são com suas características particulares. Ser permissivo demais pode ser visto como desinteresse. Quem ama educa, cuida e se interessa. Participe do seu desenvolvimento.

As crianças são muito perspicazes e sabem diferenciar quando seus pais estão sendo enérgicos com a melhor das intenções.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

HIPERATIVIDADE

O QUE É A HIPERATIVIDADE?



A hiperatividade, denominada na medicina de desordem do déficit de atenção, pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Os sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal ou acima da média, O estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. Os professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa incontrolável da criança.

O comportamento hiperativo pode estar relacionado a uma perda da visão ou audição, a um problema de comunicação, como a incapacidade de processar adequadamente os símbolos e idéias que surgem, estresse emocional, convulsões ou distúrbios do sono. Também pode estar relacionado a paralisia cerebral, intoxicação por chumbo, abuso de álcool ou drogas na gravidez, reação a certos medicamentos ou alimentos e complicações de parto, como privação de oxigênio ou traumas durante o nascimento. Esses problemas devem ser descartados como causa do comportamento antes de tratar a hiperatividade da criança.

O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e são incapazes de ficar quietas. São impulsivas. Não param para olhar ou ouvir. Devido à sua energia, curiosidade e necessidade de explorar surpreendentes e aparentemente infinitas, são propensas a se machucar e a quebrar e danificar coisas. As crianças hiperativas toleram pouco as frustrações. Elas discutem com os pais, professores, adultos e amigos. Fazem birras e seu humor flutua rapidamente. Essas crianças também tendem a ser muito agarradas às pessoas. Precisam de muita atenção e tranqüilização. É importante para os pais perceberem que as crianças hiperativas entenderam as regras, instruções e expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las. Esses comportamentos são acidentais e não propositais.

Para a criança hiperativa e sua família, uma ida a um parque de diversão ou supermercado pode ser desastrosa. Há simplesmente muita coisa acontecendo - muito estímulo ao mesmo tempo. Devido à sua incapacidade de concentrar-se e ao constante bombardeamento de estímulos, a criança hiperativa pode ficar estressada.

A criança hiperativa pode ter muitos problemas. Apesar da "dificuldade de aprendizado", essa criança é geralmente muito inteligente. Sabe que determinados comportamentos não são aceitáveis. Mas, apesar do desejo de agradar e de ser educada e contida, a criança hiperativa não consegue se controlar. Pode ser frustrada, desanimada e envergonhada. Ela sabe que é inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa.

A criança hiperativa muitas vezes se sente isolada e segregada dos colegas, mas não entende por que é tão diferente. Fica perturbada com suas próprias incapacidades. Sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança na escola, no playground ou em casa, a criança hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa auto-estima.

Um especialista em comportamento infantil pode ajudá-lo a distinguir entre a criança normalmente ativa e enérgica e a criança realmente hiperativa. As crianças até mesmo as menores podem correr, brincar e agitar-se felizes durante horas sem cochilar, dormir ou demonstrar qualquer cansaço. Para garantir que a criança realmente hiperativa seja tratada adequadamente - e evitar o tratamento inadequado de uma criança normalmente ativa - é importante que seu filho receba um diagnóstico preciso.

Durante a primeira ou a segunda consulta médica, a criança hiperativa pode ser comportar de forma quieta e educada. Sabendo o que é esperado, pode se transformar em uma criança "modelo". Esteja preparado para descrever, de forma precisa e objetiva, o comportamento do seu filho em casa e nas atividades sociais. Se seu filho está encontrando dificuldade na escola, peça ao professor que converse com o médico ou envie-lhe um relatório por escrito. Pode ser preciso várias consultas antes que o comportamento hiperativo torne-se aparente. Não se preocupe. Um especialista em crianças, geralmente, pode realizar um diagnóstico preciso.

Ao tratar da criança hiperativa, sua meta é ajudá-la a fazer o melhor possível, em casa, na escola, e com os amigos. Lembre-se sempre de que seu filho está lutando com todas as forças para superar uma deficiência do sistema nervoso. Explique, se preciso for, mas não se sinta envergonhado ou culpado quando seu filho não se comportar bem.

Os pais da criança hiperativa merecem muita consideração. É preciso muita paciência - e vigor - para amar e apoiar a criança hiperativa em todos os desafios e frustrações inerentes à doença. Os pais da criança hiperativa estão sempre preocupados e atentos, sempre "em alerta". Conseqüentemente, é fácil sentirem-se cansados, abatidos e frustrados, às vezes. É de importância vital para os pais da criança hiperativa serem bons consigo mesmos, descansar quando apropriado, além de buscar e aceitar o apoio para eles e para o filho.

TRATAMENTO CONVENCIONAL

Antes de qualquer tratamento, um exame físico deve se feito para descartar outras causas para o comportamento do seu filho, tais como infecção crônica do ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas neurológicos.

O metilfenidato é o medicamento mais comumente receitado para hiperatividade. É um estimulante que tem efeito paradoxal de acalmar o sistema nervoso e aumentar a capacidade da criança hiperativa de prestar atenção. Contudo, não deixe de verificar com seu médico antes de parar de dar esse medicamento a seu filho.

A tioridazina é um tranqüilizante ao qual se pode recorrer se a criança for extremamente agressiva e, nesse caso, apenas nas situações mais difíceis.

Na maioria das circunstâncias, o medicamento para a hiperatividade pode ser interrompido durante o verão e retomado quando as aulas começarem novamente, após as férias. Essa conduta pode limitar alguns dos efeitos colaterais prolongados desses medicamentos. Após um verão sem medicamento, talvez seja útil deixar que seu filho freqüente as primeiras semanas de aula sem qualquer medicação. Considere esse período como um teste para determinar se seu filho pode passar sem o medicamento. (Converse sempre com seu médico antes de descontinuar qualquer tratamento, durante qualquer período de tempo).

DIRETRIZES ALIMENTARES

Antes de experimentar qualquer tratamento comece eliminando o açúcar refinado e os aditivos da dieta do seu filho. Leia os rótulos cuidadosamente e elimine alimentos processados que contenham corantes, flavorizantes, adoçantes e conservantes, relacionados comumente como benzoatos, nitratos e sulfitos. Os aditivos de alimentos comuns também incluem silicato de cálcio, BHT, BHA, peróxido de benzoíla. emulsificantes, espessantes, estabilizantes, gomas vegetais e amido.

Os salicilatos muitas vezes têm implicação na hiperatividade. É mais difícil eliminá-los da dieta; ocorrem naturalmente além de serem usados como aditivos. Uma série de frutas e hortaliças conhecidas contêm salicilatos, inclusive amêndoa, maçã, damasco, banana, cereja, uva, limão, melão, nectarina, laranja, pêssego, ameixa, ameixa-seca, passa, framboesa, pepino, ervilha, pimentão-verde, pimenta-malagueta, picles e tomate.

Segundo um estudo citado no periódico Pediatrics, mais de 50% das crianças hiperativas demonstraram menos problemas comportamentais e tiveram menos problemas de sono quando seguiram uma dieta restrita. A dieta ideal não continha aditivos artificiais e químicos, chocolate, glutamato monossódico, conservantes e cafeína.

SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Um suplemento líquido de cálcio e magnésio é calmante para o sistema nervoso. Após ter eliminado os conservantes e o açúcar da dieta do seu filho, dê-lhe esse suplemento. As crianças de cinco a sete anos devem tomar uma colher de chá, uma vez ao dia. Crianças com mais de dez anos devem tomar uma colher de sopa, uma ou duas vezes a dia. Siga esse regime durante dois meses, depois diminua a dose para cinco dias por semana durante três meses. Em seguida, pare de dar o suplemento.

A colina aparentemente melhora a memória e a atenção de algumas crianças. Se seu filho tiver quatorze anos ou mais, experimente dar-lhe 500 miligramas por dia durante um mês.

Um suplemento líquido do complexo B é muito importante para crianças hiperativas. Ajuda a relaxar o sistema nervoso estressado e melhorar o funcionamento mental e a concentração. Siga as orientações sobre dosagem indicadas na bula e dê a dose recomendada durante dois meses. Depois, diminua a dose para cinco dias por semana durante três meses. Em seguida, pare de dar o suplemento.

TRATAMENTO FITOTERÁPICO

O chá de camomila é sabidamente relaxante. Dê ao seu filho uma dose na hora de dormir, conforme necessário.

O bupleuro é uma fórmula fitoterápica chinesa que relaxa o sistema nervoso e pode ajudar a aliviar o estresse. Dê ao seu filho uma dose diária durante um mês, seguida de aveia brava durante um mês.

Observação: O bupleuro não deve ser dado a crianças com febre ou qualquer outro sinal de infecção aguda.A escutelária é relaxante e acalma a mente. Dê ao seu filho uma dose, três vezes por semana, durante três meses.

Observação: Essa erva não deve ser dada a crianças com menos de seis anos. A aveia brava acalma o sistema nervoso. Dê ao seu filho uma dose diária durante um mês.

Certas essências botânicas podem acalmar a criança hiperativa. Misture uma gota de óleo de alecrim, sálvia, lavanda e camomila em 1/8 de xícara de azeite de oliva e use esse óleo aromático para esfregar os pés e coluna do seu filho na hora de dormir. Os índios norte-americanos usavam, tradicionalmente, o alecrim e a sálvia para relaxar a mente.

HOMEOPATIA

É melhor consultar um homeopata para determinar um remédio constitucional para a criança hiperativa. Contudo, os remédios a seguir ajudarão a aliviar os sintomas. Independente do remédio que escolher, a menos que indicado de outra forma, tente dar ao seu filho uma dose, três vezes ao dia, durante cinco dias. Faça isso mês sim, mês não, durante seis meses.

Para a criança magra, excitada, ansiosa e sempre apressada, use Argentum nitricum 9ch. Essa criança adora doce, que afeta seu comportamento de forma adversa. Pode ser suscetível e ter conjuntivite e amigdalite. Essa criança tem medo de multidão e não gosta de ir a lugares públicos, inclusive à escola. Prefere ficar ao ar-livre.

Calcarea phosphorica 9ch é benéfico para a criança endiabrada, geralmente do sexo masculino, inquieta, tímida e medrosa, mas que adora correr riscos e fazer traquinagens. Essa criança tende a ter gases abdominais, tem um abdome levemente proeminente e poder ter amígdalas aumentadas.

Se seu filho inquieto acalma-se tão logo é chamado à atenção, dê-lhe Chamomilla 9ch. Esse tipo de criança pode se tornar tão hiperativa que ficará exausta e começará a chorar.

Observação: Não dê ao seu filho Chamomilla da homeopatia e chá de camomila ao mesmo tempo. Um anulará o outro. Para atingir o efeito calmante da camomila, escolha uma forma ou outra.

Dê Kali bromatum 9ch para a criança irrequieta que está constantemente fazendo algo com as mãos - jogando bola, brincando de bola de gude, de aviãozinho. Se não tiver nenhum brinquedo na mão, essa criança estala os dedos. As mãos da criança que toma Kali bromatum nunca estão sossegadas.

Dê Lycopodium 9ch para a criança que está mais cansada, mais inquieta e irritada entre 4:00 e 8:00 da noite. Cansada ou não, essa criança não quer sentar-se à mesa do jantar, mas quer comer. Essa criança aparenta mais idade e tem geralmente uma inteligência acima da média.

Uma dose de Medorrhinum 1M ajudará a criança irritada, agitada e apressada. Essa criança pode ter tido assadura quando bebê e, posteriormente, erupções cutâneas e asma.

Stramonium 30d é para a criança com séria hiperatividade e possível agitação violenta. Sua voz é alta e sua fala é rápida, possivelmente incoerente.

RECOMENDAÇÕES GERAIS

Elimine conservantes e açúcar da dieta do sei filho. É o mais importante e primordial a fazer pela criança hiperativa. Para melhorar ainda mais, siga todas as recomendações sob Diretrizes Alimentares.

Dê ao seu filho um suplemento líquido de cálcio e magnésio.
Dê ao seu filho a erva chinesa bupleuro.

Escolha um remédio homeopático específico para o sintoma do seu filho. Se não estiver satisfeito com os resultados, consulte um homeopata para descobrir um remédio constitucional.

Busque terapia e experimente modificação comportamental. Essas disciplinas ajudam a criança a entender o problema contra o qual está lutando, a estabelecer metas e padrões e reconhecer e avaliar seu comportamento. Podem ser de grande valia. Esses programas ensinam controles internos que podem ser usados em várias situações. Seu filho aprenderá a oferecer recompensas pelos seus feitos e aprenderá a partir dos seus erros. Coopere com seu médico ou terapeuta para desenvolver programas de modificação comportamental. É importante que o programa seja claro, facilmente entendido e facilmente executado por todos que dele participam - pela criança bem como pelos adultos. É essencial que essas intervenções sejam realizadas com cautela e boa vontade, em um ambiente calmo e carinhoso. A criança deve participar com disposição. Certifique-se de que os dois tenham entendido que esses programas objetivam ajudar e não punir.

Desenvolva uma rotina estável em casa. Para diminuir a confusão e a quantidade de estímulos diários, defina horários específicos para comer e dormir.

Experimente atribuir uma tarefa pequena e rápida e insista delicadamente para que seja concluída. Em seguida, não deixe de agradecer e elogiar seu filho quando a tarefa tiver sido concluída.

Faça com que a criança participe de projetos que ela goste para ajudá-la a concentrar-se. Aprender a concentrar-se alterará sua resposta ao mundo, gradativamente. Lembre-se sempre de que, além de ter um desequilíbrio do sistema nervoso que transforma em tortura o simples ato de permanecer sentado, a criança hiperativa e inteligente entedia-se facilmente. Coopere com seu filho para ajudá-lo a realmente concluir um projeto. Concluir um projeto oferecerá uma idéia de competência e maior auto-estima. O domínio e conclusão de uma tarefa requer elogio.

Busque terapia para você e seu cônjuge. Para ajudar a diminuir os sentimentos de frustração e isolamento, os pais da criança hiperativa precisam de informação e apoio. Busque auxílio; certamente encontrará. Você aprenderá a apoiar seu filho e a ficar calmo e próximo, mesmo quando a situação parecer fora de controle. Você também aprenderá que é importante que os pais tirem férias sem se sentirem estressados ou culpados por deixarem uma criança "difícil" com outras pessoas competentes.

Nunca é demais enfatizar a necessidade dos pais terem uma folga. Tire uma tarde, uma noite ou um fim de semana. Entre em contato com uma pessoa que possa tomar conta do seu filho. Ligue para seus pais e amigos.

Se você não fizer isso para o seu próprio bem, faça por seu filho. Provavelmente você voltará se sentindo renovado, mais calmo e carinhoso.

PREVENÇÃO

Durante a gestação, mantenha a exposição a chumbo ambiental ao mínimo possível e elimine álcool. Os dois tem sido relacionados à hiperatividade.

Não deixe que seu filho se exponha ao chumbo. As fontes mais comuns de exposição ao chumbo são tinta à base de chumbo, água potável e cerâmica mal esmaltada.

ALGUNS FATOS SOBRE A HIPERATIVIDADE

Embora muitos pais de crianças enérgicas perguntem aos médicos sobre a hiperatividade, ela não é problema comum. De acordo com um artigo publicado no British Journal of Psychiatry, apenas 3% das crianças são realmente diagnosticadas com a desordem do déficit de atenção.

A hiperatividade é dez vezes mais comum nos meninos do que nas meninas.

A causa ou causas exatas da hiperatividade são desconhecidas. A comunidade médica teoriza que a desordem pode ser resultado de fatores genéticos; desequilíbrio químico; lesão ou doença na hora do parto ou depois do parto; ou um defeito no cérebro ou sistema nervoso central, resultando no mau funcionamento do mecanismo responsável pelo controle das capacidades de atenção e filtragem de estímulos externos.

Metade das crianças hiperativas têm menos problemas comportamentais quando seguem uma dieta livre de substâncias como flavorizantes, corantes, conservantes, glutamato monossódico, cafeína, açúcar e chocolate.



terça-feira, 25 de maio de 2010

DISLEXIA - SINTOMAS E SINAIS

Na Primeira Infância:



1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;

2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;

3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;

4 - distúrbios do sono;

5 - enurese noturna;

6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;

7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;

8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;

9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;

10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.



Observação:

Pesquisas científicas neurobiológicas recentes concluiram que o sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua deficiente percepção fonética. Quando este sintoma está associado a outros casos familiares de dificuldades de aprendizado - dislexia é, comprovadamente, genética, afirmam especialistas que essa criança pode vir a ser avaliada já a partir de cinco anos e meio, idade ideal para o início de um programa remediativo, que pode trazer as respostas mais favoráveis para superar ou minimizar essa dificuldade.

A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos sons básicos que compõem as palavras, acontece, já, a partir do som da letra e da sílaba. Essas crianças podem expressar um alto nível de inteligência, "entendendo tudo o que ouvem", como costumam observar suas mães, porque têm uma excelente memória auditiva. Portanto, sua dificuldade fonológica não se refere à identificação do significado de discriminação sonora da palavra inteira, mas da percepção das partes sonoras diferenciais de que a palavra é composta. Esta a razão porque o disléxico apresenta dificuldades significativas em leitura, que leva a tornar-se, até, extremamente difícil sua soletração de sílabas e palavras. Por isto, sua tendência é ler a palavra inteira, encontrando dificuldades de soletração sempre que se defronta com uma palavra nova.

Porque, freqüentemente, essas crianças apresentam mais dificuldades na conquista de

domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum que pais possam submete-las a exercícios nos chamados "andadores" ou "voadores". Prática que, advertem os especialistas, além de trazer graves riscos de acidentes, é absolutamente inadequada para a aquisição de equilíbrio e desenvolvimento de sua capacidade de andar, como interfere, negativamente, na cooperação harmônica entre áreas motoras dos hemisférios esquerdo-direito do cérebro. Por isto, crianças que exercitam a marcha em "andador", só adquirem o domínio de andar sozinhas, sem apoio, mais tardiamente do que as outras crianças.

Além disso, o uso do andador como exercício para conquista da marcha ou visando uma maior desenvoltura no andar dessa criança, também contribui, de maneira comprovadamente negativa, em seu desenvolvimento psicomotor potencial-global, em seu processo natural e harmônico de maturação e colaboração de lateralidade hemisférica-cerebral.

A Partir dos Sete Anos de Idade:



1 - pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:

2 - ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;

3 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;

4 - a fluência em leitura é inadequada para a idade;

5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;

6 - só faz leitura silenciosa;

7 - ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;

8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;

9 - pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;

10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;

11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;

12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;

13 - tem grande imaginação e criatividade;

14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";

15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;

16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;

17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;

18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;

19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;

20 - tem mudanças bruscas de humor;

21 - é impulsivo e interrompe os demais para falar;

22 - não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;

23 - é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;

24 - tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;

25 - embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;

26 - confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;

27 - é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;

28 - dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;

29 - dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;

30 - depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;

31 - sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;

32 - é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;

33 - embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;

34 - tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e faces;

35 - boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;

36 - pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;

37 - pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;

38 - é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;

39 - não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;

40 - pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;

41 - frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;

42 - tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;

43 - tolerância muito alta ou muito baixa à dor;

44 - forte senso de justiça;

45 - muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;

46 - dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;

47 - manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos disléxicos;

48 - com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;

49 - sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na página;

50 - cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.





Crianças disléxicas apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que variam entre o sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um número maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se alguns desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que possam estar associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam uma maturação neurológica mais lentamente e que, por isto, somente têm um quadro mais satisfatório de evolução, também em seu processo pessoal de aprendizado, mais tardiamente do que a média de crianças de sua idade.

Pesquisadores têm enfatizado que a dificuldade de soletração tem-se evidenciado como um sintoma muito forte da Dislexia. Há o resultado de um trabalho recente, publicado no jornal Biological Psychiatry e referido no The Associated Press em 15/7/02, onde foram estudadas as dificuldades de disléxicos em idade entre 7 e 18 anos, que reafirma uma outra conclusão de pesquisa realizada com disléxicos adultos em 1998, constando do seguinte:

que quanto melhor uma criança seja capaz de ler, melhor ativação ela mostra em uma específica área cerebral, quando envolvida em exercício de soletração de palavras. Esses pesquisadores usaram a técnica de Imagem Funcional de Ressonância Magnética, que revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas durante atividades específicas. Esta descoberta enfatiza que essa região cerebral é a chave para a habilidade de leitura, conforme sugerem esses estudos.

Essa área, atrás do ouvido esquerdo, é chamada região ocipto-temporal esquerda. Cientistas que, agora, estão tentando definir que circuitos estão envolvidos e o que ocorre de errado em Dislexia, advertem que essa tecnologia não pode ser usada para diagnosticar Dislexia.

Esses pesquisadores ainda esclarecem que crianças disléxicas mais velhas mostram mais atividade em uma diferente região cerebral do que os disléxicos mais novos. O que sugere que essa outra área assumiu esse comando cerebral de modo compensatório, possibilitando que essas crianças conseguiam ler, porém somente com o exercício de um grande esforço.

terça-feira, 18 de maio de 2010

PSICANÁLISE





Uma das principais correntes na história da psicologia é a teoria psicanalítica de Sigmund Freud. Este sistema teórico é um modelo do desenvolvimento da personalidade, uma filosofia da natureza humana e um método de psicoterapia. Historicamente, a psicanálise constitui a primeira das três maiores escolas de psicologia, sendo o behaviorismo a segunda, e a terceira, ou “terceira força”, a psicologia humanista existencial. É importante reconhecer que Freud foi o criador de uma abordagem psicodinâmica à psicologia, por lhe ter proporcionado um novo modo de olhar e descobrir novos horizontes. Freud estimulou uma grande soma de controvérsias, de atividade exploratória e de pesquisa, e lançou os fundamentos sobre os quais se fixam muitos sistemas posteriores.


De um ponto de vista histórico, as maiores contribuições da teoria psicanalítica são as seguintes:

(1) A vida mental do indivíduo pode ser compreendida e é possível aplicar-se insights sobre a natureza humana para aliviar certas formas de sofrimento.

(2) O comportamento humano é quase sempre governado por fatores inconscientes.

(3) O desenvolvimento durante a primeira infância tem um efeito profundo sobre o funcionamento da pessoa adulta.

(4) Esta teoria produziu um sistema de referência significativo para a compreensão dos meios através dos quais um indivíduo tenta enfrentar a ansiedade, postulando mecanismos que servem, ao mesmo indivíduo, para evitar vir a ser dominado pela ansiedade.

(5) A abordagem psicanalítica oferece recursos de decifração do inconsciente por meio da análise dos sonhos, resistências e transferências.


Esse artigo bibliográfico, objetiva fornecer ao estudioso da psicopedagogia, fundamentos teóricos básicos sobre a Psicanálise. Para isso recorreremos ao texto de Gerald Corey(1983;p.25-33), Editado pela Campus, cidade do Rio de Janeiro, cujo título é “Técnicas de Aconselhamento e Psicoterapia”. Também aqui recorreremos à nossa vivência de ser psicólogo, pedagogo e educador especializado e especialista em psicopedagogia, e outros referenciais teórico, além de Corey, nossa base.


2.CONCEITOS-CHAVES NA PSICANÁLISE

2.1. ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

De acordo com a visão psicanalítica, a estrutura da personalidade consiste em três sistemas: o id/isso, o ego/eu e o superego/supereu. Trata-se de nomes para processos psicológicos, não devendo ser imaginados como termos-vida que, separadamente, agenciem a personalidade: o processo desses três sistemas é dinâmico, complexo e muito rico. O id/isso é o componente biológico (onde se localiza o incosciente: outra cena), o ego/eu é o componente psicológico (a consciência ou o que dela resta) e o superego/supereu, o componente social (moralidade).






O id é o sistema original da personalidade. Ao nascer, a pessoa reduz-se ao id, puro desejo instintivo. Este é a fonte primária da energia psíquica e a sede dos instintos. Carece de organização, é cego, exigente e insistente. O id não pode tolerar tensão, funcionando no sentido de liberar as tensões imediatamente e voltar a uma condição homeostática (de equilíbrio interno). Regido pelo princípio do prazer, cujo objetivo é reduzir a tensão, evitar a dor e obter prazer, o id é ilógico, amoral e impulsionado por uma deliberação: satisfazer necessidades instintivas em conformidade com o princípio do prazer. O id nunca sofre maturação, permanecendo, de modo metafórico como como uma criança mimada da personalidade do ser: não pensa; apenas deseja ou age. O id é inconsciente.


O Ego (eu)

O ego entra em contato com o mundo exterior, a realidade. O ego é o executivo da personalidade, aquele que comanda, controla e regulamenta. Metafóricamente funciona como um “guarda de trânsito” para o id, o superego e o mundo exterior: sua tarefa principal é a mediação entre os instintos e o meio circundante. O ego controla a consciência e facilita o exercício a censura. Regido pelo princípio de realidade, desenvolve o pensamento lógico e realista, e formula planos de ação para satisfazer as necessidades. Qual a relação entre o ego e o id? O primeiro é a sede da inteligência e da racionalidade, verificando e controlando os impulsos cegos do id. Enquanto o id conhece apenas a realidade subjetiva, o ego distingue entre as imagens mentais e as coisas no mundo exterior. Entretanto, o EU não é SENHOR de sua própria CASA, pois a estrutura, isto é, o que segura a casa é o inconsciente. Mas , se o , é “terra onde ninguém pisa”, como ele fica? Desprovido da certeza, e temeroso daquilo que não sente, mas sabe que uma represa prestes a estourar. Assim não se pode falar do exercício de ser senhor de nada.

O superego (supereu)


O superego é o setor moral, ou a instância jurídica da personalidade. Constitui o código moral de uma pessoa, preocupando-se centralmente com o fato de uma ação ser boa ou má, certa ou errada. Representa o ideal, mais do que o real, e luta não pelo prazer, mas pela perfeição. Representa os valores e ideais tradicionais da sociedade, da cultura sob a forma em que são transmitidos da sociedade pelos pais aos filhos. Funciona no sentido de inibir os impulsos do id, de persuadir o ego a substituir os objetivos realistas pelos morais e lutar pela perfeição. Assim, o superego, enquanto internalização dos padrões dos pais e da sociedade, está relacionado com recompensas e punições psicológicas. As recompensas são os sentimentos de orgulho e auto-estima; as punições são sentimentos de culpa e de inferioridade.

O delinqüente juvenil tem excesso de ID/ISSO? Falta a ele a moralidade do SUPEREGO/SUPEREU?

O delinqüente juvenil teria tanto SUPEREGO, que não suportando tamanha culpa, para aliviar-se, cometeria delitos, para assim justificar tanta culpabilidade introjetada. Essa, pelo menos, é uma das hipóteses levantadas pelos psicanalistas, a partir de suas práticas clínicas.

2.2. VISÃO DA NATUREZA HUMANA

A visão freudiana a respeito da natureza humana é essencialmente pessimista, determinista, mecanicista e reducionista. Segundo Freud, o homem é determinado por forças irracionais, motivações inconscientes, necessidades e pulsões biológicas e instintivas, e pôr eventos psicossexuais que se dão durante os primeiros cinco anos de vida.

Os homens são vistos nos termos de sistemas de energia. Conforme o ponto de vista freudiano ortodoxo, a dinâmica da personalidade consiste nos modos de distribuição da energia psíquica entre id, ego e superego. Já que a energia é limitada, um sistema ganha o controle sobre a energia disponível à custa dos outros dois sistemas. O comportamento é determinado por essa energia psíquica.

Freud dava também ênfase ao papel dos instintos. Todos os instintos são inatos e biológicos. Freud destacava os instintos sexuais e agressivos. Via todo o comportamento humano como determinado pelo desejo de obter prazer e evitar a dor. O homem possui tanto instintos de vida quanto instintos de morte; a vida não é mais do que uma via indireta para a morte.


2.3. CONSCIÊNCIA E INCONSCIÊNCIA

Talvez a maior contribuição de Freud sejam os conceitos de inconsciente e de níveis de consciência, que constituem as chaves para a compreensão do comportamento e dos problemas da personalidade. O inconsciente não pode ser estudado diretamente; é inferido do comportamento. Entre as evidências clínicas para postular-se o conceito de inconsciente estão as seguintes:

(1) os sonhos, que são representações simbólicas de necessidades, desejos e conflitos inconscientes;

(2) lapsos de língua e o esquecimento, por exemplo, de um nome familiar. Nesses casos a pessoa troca nomes de alguém, faz um gesto psicomotor antagônico ao que desejava etc., e esses “atos falhos””ou “lapsos” tem significados que a pessoa não sabe, e nem sente. E mesmo que se diga a ela o significado, ela resistirá, e não irá escutar. Por isso dissemos que interpretar assim-assim é “psicanálise selvagem”, pois a interpretação surge ao longo do tratamento psicanalítico, e é referendado totalmente no estudo minucioso do caso;

(3) a sugestão pós-hipnótica;

(4) material derivado por meio de técnicas de associação livre;

(5) material derivado pela aplicação de técnicas projetivas (testes psicológicos de personalidade que obedecem uma “lei”: diante de estímulos confusos e ambíguos o cliente “projeta”, “joga para fora” etc. muito de si-mesmo, do seu mais profundo ser, do seu inconsciente etc. Assim, o cliente fala, por exemplo o que vê nas lâminas de Rorschach, Zulliger, TAT etc., e o que ele vê, mas não sabe e nem sente, é que vê a si-mesmo. Se o cliente é concida a desenhar e inventar histórias como o THP, o Machover, o Teste Projetivo de Avaliação do Auto-Conceito de Pinel (1989) etc. , o cliente desenha a si-mesmo etc.)


A consciência, para Freud, é uma fina camada de mente como um todo. À semelhança da porção maior de um iceberg, que jaz abaixo da superfície da água, a maior parte da mente existe sob a superfície da consciência. O inconsciente, residindo fora da consciência, armazena todas as experiências, recordações e material reprimido. Necessidades e motivações inacessíveis - isto é, fora da consciência – estão também fora da esfera de controle. Freud acreditava que a maior área de funcionamento psíquico existe no domínio fora-da-consciência. Em função disso, a intenção da terapia psicanalítica é tornar consciente os motivos inconscientes, pois somente quando alguém se torna consciente de suas motivações será capaz de escolha. É da maior importância compreender o papel do inconsciente para aprender a essência do modelo psicanalítico do comportamento. Embora fora da possibilidade de consciência, o inconsciente influencia o comportamento. Os processos inconscientes são as raízes de todas as formas de sintomas e comportamentos neuróticos. Dentro desta perspectiva, a “cura” está baseada no desvelamento do sentido dos sintomas, das causas do comportamento e do material reprimido que interfere no funcionamento saudável.


2.4. ANSIEDADE


A apreensão do conceito de ansiedade é também essencial para compreender-se a visão psicanalítica da natureza humana. A ansiedade neurótica é um estado de tensão que nos motiva a fazer algo. Sua função é alertar para o perigo iminente – isto é, avisar ao ego que, caso não sejam tomadas medidas apropriadas, o perigo pode crescer a ponto de ele ser derrubado. Quando o ego não consegue controlar a ansiedade usando de métodos racionais e diretos, recorre então a outros, não realistas – a saber, ao tipo de comportamento orientado para a defesa do ego (ver a seguir).

Há três espécies de ansiedade: com base na realidade, neurótica e moral. A ansiedade com base na realidade é o medo do perigo proveniente do mundo exterior, sendo o nível de ansiedade proporcional ao grau de ameaça real. A ansiedade é o medo de que os instintos escapem ao controle e levem a pessoa a realizar algo que possa merecer punição. A ansiedade moral é o medo da própria consciência. Um indivíduo cuja consciência seja bem desenvolvida* tende a sentir-se culpado, quando faz algo contrário ao seu código moral.

2.5.. MECANISMOS DE DEFESA DO EGO

Tendo em vista que os orientadores educacionais, psicólogos, profissionais da psicopedagogia etc. trabalham com resistências e defesas de seus clientes, torna-se essencial uma compreensão da natureza e funcionamento das defesas comuns do ego ou eu. Os mecanismos de defesa do ego auxiliam o indivíduo a enfrentar a ansiedade e a defender o ego quando atacado. Não são necessariamente patológicos e podem ter valor adaptativo, se não chegarem a se tornar um estilo de vida tendente a evitar o confronto com a realidade. As defesas usadas por um indivíduo dependem do seu nível de desenvolvimento e do grau de ansiedade. Os mecanismos de defesa apresentam duas características em comum: ou negam, ou distorcem a realidade, e operam em nível inconsciente. A teoria de Freud é um modelo de redução de tensão, ou um sistema homeostático.


Negação: defender-se da ansiedade “fechando os olhos” à existência da realidade ameaçadora. A pessoa recusa-se a aceitar como fato algum aspecto da realidade que provoca ansiedade. A ansiedade em relação à morte da pessoa amada manifesta-se, muitas vezes, pela negação do fato da morte. Em situações trágicas, tais como a guerra e outros desastres, as pessoas tendem a ficar cegas diante de realidades cuja aceitação seria dolorosa demais.

Projeção: atribuir a outra pessoa aqueles traços que são inaceitáveis para o próprio ego. O indivíduo vê nos outros as coisas que lhe desagradam e que não pode aceitar em si mesmo. Assim, pode-se condenar os outros por seus “procedimentos pecaminosos” e negar que se possua tais impulsos para o mal. Para evitar a dor decorrente do reconhecimento, em si mesmo, de tendências julgadas imorais, a pessoa divorcia-se de tal realidade.

Fixação: ficar “preso” a um dos estágios primitivos do desenvolvimento, porque dar o próximo passo envolveria a expectativa de ansiedade. A criança superdependente exemplifica a defesa por fixação; a ansiedade impede a criança de aprender a tornar-se independente.


Racionalização: munir-se de “boas” razões para justificar o ego ferido; auto-engano, de forma a que a realidade de algum desapontamento não seja tão penosa. Assim, quando as pessoas não conseguem as posições que pretendiam em seu trabalho, muitas vezes descobrem as mais variadas razões para se sentirem realmente contentes por não terem alcançado aqueles postos. Ou, ainda, um rapaz, sendo abandonado pela namorada, talvez acalme seu ego atingido persuadindo-se de que ela não valia tanto, afinal, e de que estava já a ponto de descartar-se dela.








Sublimação: usar formas superiores e mais socialmente aceitáveis, para dar vazão aos impulsos básicos. Por exemplo, os impulsos agressivos podem ser canalizados para esportes competitivos, objeto de aprovação social, de modo que a pessoa encontre um meio de expressar sentimentos agressivos e, como benefício adicional, seja freqüentemente recompensada pelo sucesso alcançado nas competições.







Deslocamento: dirigir a energia para outro objeto ou pessoa, quando o objeto ou pessoa original se encontra fora do alcance. O jovem que, cheio de ressentimento, gostaria de atacar seus pais, atinge um alvo mais seguro: sua irmã menor (ou o gato, se ela não estiver perto).

Repressão: esquecer conteúdos que são traumáticos ou ansiógenos; jogar a realidade inaceitável no inconsciente, ou nunca tornar consciente o material conflitante. A repressão, um dos conceitos freudianos mais importantes, é a base para muitas outras defesas do ego e para perturbações neuróticas.

Formação reativa: comportar-se de modo diametralmente oposto aos desejos inconscientes; quando sentimentos profundos são ameaçadores, o indivíduo usa a cobertura do comportamento oposto para negar esses sentimentos. Por exemplo, devido à culpa, a mãe que sente estar rejeitando seu filho pode caminhar para o comportamento oposto da superproteção e do “amor em excesso”. Pessoas que são por demais simpáticas e doces podem estar escondendo hostilidade reprimida e sentimentos negativos.


3. DESENVOLVIMENTO HUMANO E SUA PERSONALIDADE

3.1. IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO PRIMITIVO

Uma contribuição significativa do modelo psicanalítico é o delineamento dos estágios do desenvolvimento psicossocial e psicossexual da pessoa, desde o nascimento até a idade adulta. Isto proporciona, ao orientador, os instrumentos conceituais para compreender tendências ocorrentes no desenvolvimento, padrões comportamentais típicos esperados nos vários estágios do crescimento, o funcionamento normal e anormal em termos pessoais e sociais, necessidades críticas e sua satisfação ou frustração, origens do desenvolvimento defeituoso da personalidade, conducente a problemas posteriores de ajustamento, e usos sadios/não-sadios dos mecanismos de defesa do ego.

Em minha opinião, uma compreensão da visão psicanalítica sobre o desenvolvimento é indispensável, caso o orientador pretenda trabalhar em profundidade com seus clientes. Segundo minha experiência, os problemas mais típicos trazidos pelas pessoas, para o aconselhamento, individual ou de grupo, são: (1) a incapacidade de confiar em si mesmo e nos outros, o medo de amar e de estabelecer relações íntimas, a diminuição da auto-estima; (2) a incapacidade de reconhecer e expressar sentimentos de hostilidade, ressentimento, raiva e ódio, a negação do próprio poder como pessoa e a falta de sentimentos de autonomia; (3) a incapacidade de aceitar plenamente a própria sexualidade e os sentimentos sexuais, dificuldade de aceitar-se como homem ou mulher e medo da sexualidade. De acordo com a visão psicanalítica freudiana, estas três áreas do desenvolvimento pessoal e social (amar e confiar, lidar com sentimentos negativos e desenvolvimento de uma aceitação positiva da sexualidade) são todas fundadas nos cinco primeiros anos de vida. Este período do desenvolvimento constitui as fundações sobre as quais é construído o desenvolvimento posterior da personalidade.

3.2. O PRIMEIRO ANO DE VIDA: A FASE ORAL

Freud postulou a teoria da sexualidade infantil. O fracasso da sociedade em reconhecer, até então, os fenômenos da sexualidade infantil pode ser explicado por tabus culturais e pela repressão feita, por todo indivíduo, sobre as experiências da infância e da meninice, nesta área.

Do nascimento ao final do primeiro ano, o bebê experimenta a fase oral. Sugar o seio materno satisfaz a necessidade de alimentação e de prazer. Sendo a boca e os lábios zonas erógenas sensíveis durante este período, o bebê obtém prazer erótico ao mamar.

A voracidade e a possessividade podem desenvolver-se como resultantes de não se conseguir alimento ou amor suficiente, durante os primeiros anos de vida. As coisas materiais que a criança busca adquirir torna-se substitutivos para o que ela realmente quer – ou seja, alimento e amor vindos da mãe. Problemas de personalidade posteriores, procedentes da fase oral, representam o desenvolvimento de uma visão do mundo baseada em desconfiança, medo de aproximar-se dos outros, rejeição do afeto, medo de amar e confiar, rebaixamento da auto-estima, isolamento e fuga, incapacidade de estabelecer e manter relações intensas.

O principal padrão de comportamento esperado na fase é a aquisição do sentido de confiança – confiança nos outros, no mundo e em si mesmo. O amor é a melhor proteção contra o medo, a insegurança e o sentimento de inadequação; as crianças que são amadas pelos outros apresentam pouca dificuldade de se aceitarem a si mesmas. Caso se sintam indesejadas, inaceitas e não amadas, torna-se, então, difícil a auto-aceitação. As crianças rejeitadas aprendem a desconfiar do mundo; vêem-no como um lugar ameaçador. O efeito da rejeição infantil é a tendência, na meninice, a ser medroso, inseguro, necessitado de atenção, ciumento, agressivo, hostil e solitário.

3.3.. DO PRIMEIRO AO TERCEIRO ANO: A FASE ANAL

Assim como na fase oral é necessário que a pessoa tenha a vivência de uma dependência sadia, confiança no mundo e aceitação do amor, também a fase anal é outro marco no desenvolvimento individual. As tarefas a serem dominadas durante este estágio são a aprendizagem da independência, do poder pessoal e da autonomia, assim como aprender a reconhecer e lidar com os sentimentos negativos.

Começando no segundo e estendendo-se ao terceiro ano, a zona anal passa a ter uma grande significação para a formação da personalidade. Neste período, as crianças deparam continuamente com exigência dos pais, experimentam frustrações ao manipularem objetos e explorarem seu ambiente, e são exigidas a terem controle sobre seus esfíncteres. Iniciando-se o treinamento da higiene no decorrer do segundo ano, passam as crianças por uma primeira experiência de disciplina. O método adotado nesse treinamento e os sentimentos, atitudes e reações dos pais em relação à criança têm efeitos de longo alcance sobre a formação de traços de personalidade. Muitas das atitudes que as crianças aprendem acerca das funções de seu próprio corpo são resultados diretos das atitudes de seus pais. Problemas posteriores, tais como a compulsão, tem raízes na maneira dos pais criarem seus filhos durante esta fase.

No período anal do desenvolvimento, a criança certamente sentirá os chamados sentimentos negativos, tais como a hostilidade, a destrutividade, o ressentimento, a raiva, o ódio etc. É importante para as crianças aprenderem que estes sentimentos são aceitáveis. Muitos clientes em terapia ainda não aprenderam a aceitar seu ressentimento e ódio em relação àqueles que amam. Reprimiram tais sentimentos, quando crianças, uma vez que lhes ensinaram, direta ou indiretamente, que os mesmos eram ruins e que a aceitação dos pais seria retirada se expressassem algo dessa natureza. À medida que o processo de repudiar sentimentos começa, inicia-se igualmente a incapacidade da pessoa para aceitar muitos dos seus sentimentos reais.

É ainda importante para a criança, neste estágio, a aquisição do sentido do seu próprio poder, de sua independência e autonomia. Se os pais fazem coisas demais por seus filhos, realmente lhes ensinam que são incapazes de agirem por conta própria. A mensagem transmitida é: “olha, deixe-me fazer isso e aquilo para você, porque você é fraco demais e incompetente para fazer essas coisas sozinho”. Nesse momento, as crianças precisam experimentar, cometer erros, sentir que ainda estão bem apesar dos erros e reconhecer um pouco de seu poder como indivíduos separados e distintos. Muitos clientes estão sendo atendidos justamente porque perderam contato com sua capacidade para o poder, estando em luta por uma definição de quem são e do que são capazes de fazer.


3.4.. DO TERCEIRO AO QUINTO ANO: A FASE FÁLICA


Vimos que, entre um e três anos, a criança abandona a posição infantil e caminha ativamente no sentido de inscrever-se num lugar dentro do mundo. É um período em que se desenvolvem rapidamente as capacidades para andar, falar, pensar e controlar os esfíncteres. Enquanto começam a se desenvolver capacidades motoras e perceptuais cada vez maiores, o mesmo se dá quanto às habilidades interpessoais. Progredindo a criança de um período onde dominam relações passivo-receptivas até um período de domínio ativo, monta-se o palco para o período de desenvolvimento psicossexual seguinte: a fase fálica. Durante este período, a atividade sexual torna-se mais intensa, estando o foco de atenção nos genitais – o pênis do menino e o clitóris da menina.

A masturbação acompanhada de fantasias sexuais é um complemento normal da primeira infância. No período fálico, sua freqüência aumenta. As crianças tornam-se curiosas a respeito de seus corpos; desejam explorá-los e descobrir as diferenças entre os sexos. A experimentação infantil é comum e, como muitas das atitudes para com a sexualidade têm origem no período fálico, a aceitação da sexualidade e o controle dos impulsos sexuais tornam-se vitais neste momento. Trata-se de um período de desenvolvimento da consciência, um momento de aprendizagem de padrões morais para a criança. O endoutrinamento parental de padrões morais rígidos e não-realísticos constitui-se em perigo crítico, podendo levar ao supercontrole do superego. Se os pais ensinam aos filhos que todos os seus impulsos são maus, estes logo aprendem a sentir-se culpados em relação a seus impulsos naturais, podendo transportar esses sentimentos de culpa para a vida adulta e bloquear-se no que se refere a usufruir da intimidade dos outros. Este tipo de endoutrinamento parental tem como conseqüência uma consciência infantil – isto é, as crianças temem questionar ou pensar por si mesmas e aceitam cegamente o endoutrinamento, sem discussão; seria difícil poder considerá-las moralmente educadas, mas sim simplesmente amedrontadas. Entre outros efeitos, acham-se a rigidez, conflitos graves, culpa, remorso, diminuição da auto-estima e auto-acusação.

Durante esta fase, as crianças precisam aprender a aceitar seus sentimentos sexuais como naturais e desenvolver um respeito sadio por seus corpos. Precisam de modelos adequados para identificação do papel sexual. Nesta época, estão formando atitudes em relação ao prazer físico, ao que é “certo” e “errado”, ao que é “masculino” e “feminino”. Estão alcançando uma perspectiva sobre o modo pelo qual mulheres e homens se relacionam entre si. E decidindo a respeito de como se sentem nos seus papéis de meninos e meninas.

O período fático tem implicações significativas para o terapeuta que trabalha com adultos. Muitos clientes nunca chegaram a uma conclusão quanto a seus sentimentos em relação à sua própria sexualidade. Sentem-se, provavelmente, muito confusos no que se refere à sua identificação sexual e lutam por aceitar seus sentimentos e comportamento sexual. Julgo ser importante que os terapeutas dêem o devido reconhecimento às experiências primitivas quando trabalham com clientes adultos. Não estou sugerindo que aceitem o ponto de vista determinista segundo o qual as pessoas estão condenadas à impotência ou à frigidez, se não tiverem dominado com sucesso as exigências de desenvolvimento próprias à fase fálica. O que vejo como importante, porém, é a tomada de consciência, pelos clientes, acerca de suas experiências infantis nessa área, talvez até o revivê-las e reexperimentá-las em fantasia. Ao reviver acontecimentos e sentir de novo muitos dos sentimentos enterrados, tornam-se cada vez mais conscientes de que são capazes de inventar novos desenlaces para os dramas vivenciados quando eram crianças. Assim, passam a conceber que, embora suas atitudes e seu comportamento atuais sejam certamente modelados pelo passado, não estão fadados a permanecer como vítimas desse tempo.

4. Conclusão


A psicanálise marca muito a sentir-pensar-agir psicopedagogia, prevalecendo entre os assim profissionais da psicopedagogia conceitos como “inconsciente” , transferência (amor, ódio ou desprezo que o cliente transfere do seu núcleo – lar para o setting/espaço de atendimento psicopedagógico; sempre haverá transferência e o educador deverá saber trabalhar esse importante aspecto do ser de cuidado no ofício pedagogo interessado em psicopedagogia) e a contratransferência (amor, ódio ou desprezo que o profissional pode manter, nutrir ou jogar contra o paciente, “caindo nos jogos de ser do cliente/orientando/aluno; idealmente o educador deve fazer um assépcia para não cair nesses jogos) e desejo (o desejo aqui, pode, didaticamente correspoder à motivação, algo interno que impulsiona o ser a gostar ou não de algo, alguém... Entretanto esse desejo deve ser “lido” dentro da psicanálise).

Entretanto a psicopedagogia recebe muitas influências, como a linguística; a neuropsicologia; a pedagogia; a psicologia social e sócio-histórica brasileira e internacional; psicologia do aconselhamento; psicoterapia; psicologia genética de Piaget e seguidores; psicologia marxista de Vygotsky; a pedagogia de Paulo Freire e seguidores; técnicas de mudanças comportamentais de Skinner e seguidores, sem necessariamente utilizar-se do conceito filosófico de homem descrito pelo Behaviorismo (o homem é uma tabula rasa, sem história, sem nada... Nele inscrevemos o que quisermos, basta planejar, executar e avaliar programas de modificação comportamental); a psicologia humanista de Carl Ransom Rogers e seguidores; a psicologia existencial de Frankl, Sartre, Binswanger e Boss; a filosofia clínica e psicologia do cuidado (de raiz existencial) descritos por Leonardo Boff; a psicanálise marxista e outros, etc.